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Transformação digital nas APAEs

O que é transformação digital na educação?

A transformação digital é um processo para introduzir a tecnologia na escola a fim de modernizá-la, melhorar o desempenho dos alunos, engajá-los, prepará-los para o futuro e facilitar o planejamento de atividades.

A transformação digital começa com um diagnóstico da situação atual, em que se analisam as necessidades da escola, dos professores e dos alunos. Também aqui é definida a prioridade e principais dificuldades que a transformação digital deve resolver.

Então vem o alinhamento e a definição da estratégia, afinal o processo de transformação digital afeta toda a comunidade escolar e deve considerar recursos, pessoas e necessidades. A fase seguinte é a de implementação e testes para verificar se as necessidades foram atendidas ou não. Vale também uma constante avaliação de melhorias para corrigir possíveis lacunas.

No contexto da educação, a transformação digital é o investimento em recursos e ferramentas que melhoram o ensino e engajam os alunos, que pode ser feito de várias formas:

  • plataformas digitais para aulas remotas: necessidade que surgiu com a pandemia em 2020, as plataformas podem permitir tanto aulas síncronas (ao vivo) quanto assíncronas (gravadas) e trazem dinamismo ao aprendizado, especialmente em situações de emergência;
  • ferramentas digitais compartilhadas: arquivos em nuvem são um exemplo de recursos compartilháveis entre professores e alunos;
  • ambientes virtuais de aprendizagem: esses espaços digitais complementam o ensino — o professor pode compartilhar arquivos e direcionar atividades por meio deles;
  • tecnologias educacionais: jogos educativos, mesas interativas e aplicativos podem ser usados de forma estratégica em sala também.

Tecnologia assistiva e educação inclusiva

Chamamos de tecnologia assistiva todo recurso ou ferramenta tecnológica que supre as necessidades específicas de um determinado grupo de alunos, como autistas, deficientes visuais, auditivos ou intelectuais, entre tantos outros. Da mesma forma, professores de salas de recursos e especialistas em atendimento educacional especializado podem se beneficiar grandemente desses apoios digitais.

O poder público é responsável por criar e implementar um projeto pedagógico que atenda a crianças com deficiências (o atendimento educacional especializado — AEE) e distúrbios ou dificuldades de aprendizagem, fazendo adaptações razoáveis para que o ensino seja acessível e igualitário.

Mas o que são adaptações razoáveis?

São “adaptações, modificações e ajustes necessários e adequados que não acarretem ônus desproporcional e indevido, quando requeridos em cada caso, a fim de assegurar que a pessoa com deficiência possa gozar ou exercer, em igualdade de condições e oportunidades com as demais pessoas, todos os direitos e liberdades fundamentais (BRASIL, 2015) […]”

Elas são, então, um princípio de acessibilidade que garantem direitos iguais e equidade de oportunidade aos alunos com deficiências. O “ônus desproporcional e indevido” citado na lei significa que as adaptações razoáveis não devem ter um custo de operação desproporcional ao ambiente onde estão — como ter pelo menos 1 em cada 10 banheiros acessíveis a todas as pessoas em vez de 10 banheiros acessíveis.

As adaptações razoáveis são específicas de cada pessoa e devem atender às suas necessidades, abrangendo desde a instalação de rampas até a contratação de intérpretes de LIBRAS.

Quando falamos de educação inclusiva e adaptações razoáveis, falamos também de equidade e democratização dos recursos de ensino. Assim, as tecnologias assistivas, sejam elas produtos, recursos, metodologias, práticas, abordagens ou estratégias, não ficam de fora e beneficiam muito os alunos com deficiência. Aqui entram jogos, mesas digitais, dispositivos adaptados e quaisquer outros recursos que ajudem esses alunos a conquistar a independência, desenvolver suas habilidades e pertencer ao grupo.

Como aplicar nas APAEs?

Nas APAEs, onde há maior demanda por adaptações e recursos para alunos com deficiências, a tecnologia assistiva pode auxiliar com:

  • mouses adaptados, permitindo o uso por pessoas com deficiência motora;
  • alto contraste entre tela e texto para quem tem dificuldade ou deficiência visual;
  • teclados alternativos;
  • programação de comunicação alternativa;
  • leitores e ampliadores de texto;
  • aparelhos de escuta assistida.

Mas também existe a possibilidade de investimento em plataformas digitais, como a mesa interativa PlayTable, que incentiva o aprendizado de alunos com deficiências físicas e intelectuais, melhorando o desempenho cognitivo deles. 

Veja como Fonoaudióloga da APAE de Ubá em MG utiliza a PlayTable nos atendimentos.

Aplicativos interativos e que empreguem o raciocínio de alunos — desde que adaptados para cada deficiência ou distúrbio — são aliados dos professores de APAEs e escolas da educação básica que querem promover a inclusão e a tecnologia nas salas de aula.
O aprender brincando aliado à disrupção causada pela tecnologia nas escolas leva à integração dos alunos com deficiência e possibilita um aprendizado inspirador, motivador e divertido.

Josiani Resendes

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