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Tecnologia e aplicativos são aliados na estimulação de crianças Down

Estudos já comprovaram que o processo de aprendizagem de crianças com síndrome de Down se dá de forma mais lenta que a dos outros pequenos que têm a mesma idade, já que precisam enfrentar suas dificuldades de atenção, concentração e memorização. Com o uso de tecnologias e aplicativos, entretanto, a educação pode tornar-se mais acessível a essas pessoas, pois costumam ser dinâmicas e interativas. Ao avaliar os dispositivos e softwares para crianças com síndrome de Down, leve em consideração a presença de imagens (estáticas ou em vídeo), sons e ludicidade. Pesquisadores da área recomendam ainda que as ferramentas trabalhem os processos cognitivos, ou seja, percepção, atenção, memória e organização de itinerários mentais. Aplicações que utilizam ou permitem repetições ajudam bastante no processo de aprendizagem também. Uma ressalva é em relação ao uso de computadores com mouse: por conta de das dificuldades motoras características da síndrome, posicionar o ponteiro no lugar certo e clicar muitas vezes para alcançar seus objetivos são tarefas complexas demais, que causam desmotivação. Por isso, recomenda-se o uso de plataformas que sejam sensíveis ao toque, como as mesas digitais e os tablets. Esses equipamentos oferecem uso mais intuitivo às crianças.
 

Aplicação de fotografia e filmagem na educação

Outro uso interessante da tecnologia foi por meio de aulas de fotografia e filmagem, que fez parte de uma pesquisa de Helene Paraskevi Anastasiou e Neli Klix Freitas, da pós-graduação de Artes Visuais na Universidade Estadual de Santa Catarina (Udesc).

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A pesquisa-ação, como foi chamado o processo, foi composta de nove encontros com um grupo de sete jovens com síndrome de Down. Elas conversaram sobre o funcionamento dos equipamentos e algumas possibilidades para se trabalhar a fotografia e a filmagem. Foram levadas ao grupo filmagens e fotografias de pequenos animais (insetos), orvalho, pessoas e algumas imagens que trabalhavam a perspectiva para criar ilusões (como aquelas fotos em que se segura as pessoas com os dedos), o que os interessou bastante. A ideia é estimulá-los a fazer capturar imagens de forma diferentes, trabalhando outros temas que o retratos dos colegas, outros focos (ou não-focos) e enquadramentos.

A dinâmica proposta permitiu que eles se organizassem para que todos tivessem vez e ajudassem um ao outro a câmera, captar as imagens e conseguir efeitos diferentes. As pesquisadoras explicaram que, embora eles não usassem a palavra perspectiva, conseguiram alcançar o efeito causado pelo distanciamento de uma pessoa da câmera e a aproximação da mão em uma única imagem. Também foi proposto que eles procurassem imagens que apreciassem ou achassem bonito para filmar de perto, buscando a beleza das coisas pequenas, detalhes das imagens que lhes interessassem e possibilidades de textura.

Ao final do processo, todos os estudantes conseguiram alcançar os objetivos propostos e captar as imagens a partir de ângulos criativos, e puderam expressar o próprio aprendizado verbalmente ou por desenhos. Para ver a íntegra da pesquisa, clique aqui.

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