Temos uma pergunta para você que é gestor escolar: o que você espera dos professores? As competências emocionais foram a resposta de todas as empresas que participaram de uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, quando questionadas sobre o que esperavam dos seus funcionários. Certamente, muitos diretores e coordenadores pedagógicos também responderiam que desejam mais inteligência emocional na escola.
A professora Carmem Migueles, especialista em educação e desenvolvimento organizacional, explicou à BBC Brasil que as habilidades não cognitivas representam virtudes como paciência, empatia, solidariedade e respeito às diferenças, ou seja, as aptidões que se espera de qualquer cidadão em uma sociedade multicultural.
Certamente, é o mesmo que esperamos dos ambientes educacionais. Sendo assim, é preciso trabalhar a inteligência emocional na escola e o foco não são apenas os alunos, mas também os professores.
Como trabalhar a inteligência emocional na escola? O debate sobre a inteligência emocional na escola já esteve em pauta no Conselho Nacional de Educação. O órgão estuda a implantação das competências emocionais no currículo escolar. Para isso, o primeiro passo é qualificar os professores, então, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior (Capes) chegou a oferecer bolsas para professores e pesquisadores interessados no assunto. Titulação, currículo lattes e artigos publicados já não são mais suficientes para qualificar um bom professor.
A inteligência emocional na escola vai requerer habilidades como autocontrole, bom relacionamento social e empatia para se colocar no lugar do outro, seja na direção escolar ou no corpo estudantil. O escritor e jornalista americano Paul Tough afirma que as competências socioemocionais podem ser aprendidas, praticadas e ensinadas, por isso o tema é cada vez mais frequente nas formações de professores.
A psicóloga e consultora Anita Abed explicou ao G1 que o treinamento para os professores deve incluir atividades práticas, que envolvam os projetos pedagógicos já desenvolvidos pela escola. As qualificações sobre inteligência emocional na escola são fundamentais para orientar os profissionais, principalmente, porque muitos ainda sentem dificuldade para entender sua aplicação. Para trabalhar o desenvolvimento das habilidades socioemocionais em sala de aula, é fundamental que os docentes tenham clareza sobre como abordar o assunto no cotidiano escolar.
A tecnologia e o desenvolvimento emocional na escola Como já citamos aqui no blog, é possível estimular o ensino de competências socioemcionais por meio da tecnologia. Assim como as crianças, os professores podem ser instigados a resolver desafios que contribuirão para o desenvolvimento da inteligência emocional na escola. A proposta é fazer com que o os professores reflitam sobre seus hábitos, costumes, conhecimento e limitações a fim de identificar os aspectos que necessitam ser melhor trabalhados.
Os gestores escolares podem definir ferramentas, softwares e aplicativos que promovam o desenvolvimento social e emocional dos professores. A preferência é para tecnologias que proporcionem o uso coletivo ou a gamificação, estimulando a participação de todos nas atividades de promoção à inteligência emocional na escola. Os filmes também podem orientar o debate sobre o tema, um deles é Divertida Mente, que vai muito além de um filme infantil, pois aborda questões fundamentais para a vida adulta.
Grandes empresas de tecnologia já oferecem soluções específicas para professores, com o objeivo de simplificar a rotina. A Microsoft criou um espaço para educadores receberem treinamentos, compartilharem experiências e discutirem assuntos em comum. O Google também disponibiliza a ferramenta Classroom para auxiliar na comunicação e organização de processos. São alternativas que podem ser usadas tanto para estimular o uso da tecnologia entre os professores, quanto para promover o desenvolvimento de desafios e da inteligência emocional na escola.
A sua escola realiza algum projeto voltado para o desenvolvimento da inteligência emocional na escola?
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