As crianças com limitações físicas causadas por deficiências motoras, assim como todas as outras, têm o direito de ir à escola, aprender e construir o conhecimento de forma adequada em companhia de outras pessoas de sua idade. Ela também deve brincar e viver experiências significativas de forma lúdica e informal. Isso significa que, quando se pensa em escolas inclusivas, deve-se pensar em criar um ambiente capaz de acolhê-las e incluí-las, e não colocá-las em um mundo à parte. A escola ainda é o principal ambiente de interação entre as crianças.
É nesse espaço que os pequenos se sentem motivados a se comunicar, a se locomover e a desenvolver outras habilidades sociais. O aprendizado tem mais sentido em locais que permitem o convívio com outras pessoas e a participação em atividades significativas. Por isso, a inclusão escolar deve ser promovida para que, de fato, a criança com deficiência física não realize atividades sem sentido nem conexão com o restante do grupo.
Informação para tratamento adequado
Para saber como lidar com crianças com limitações físicas, é preciso compreender que há diferentes diagnósticos, que devem ser informados aos professores. Por exemplo, há quadros de deficiência progressivos ou estáveis; alguns têm alterações da sensibilidade tátil, térmica ou dolorosa; e há limitações físicas que estão associadas a outras complicações, como epilepsia ou problemas respiratórios e cardiovasculares, e até deficiências cognitivas. É a ciência dessas especificidades que permitirão que o professor especializado conduza seu trabalho levando em conta cuidados adequados. Podemos dividir em dois grandes grupos:
- Lesões não evolutivas: nestes casos, como quando há paralisia cerebral ou traumas medulares, as limitações do estudante tendem a diminuir a partir da introdução de recursos e estimulações específicas;
- Quadros progressivos: em casos de distrofias musculares ou tumores que agridem o sistema nervoso, costuma haver o aumento progressivo de incapacidades funcionais e uma maior frequência de problemas de saúde associados. Os alunos podem não conseguir acompanhar as aulas com a regularidade necessária, por motivo de internação hospitalar ou de cuidados de saúde. Nestes casos, o professor especializado poderá propor o atendimento educacional hospitalar ou acompanhamento domiciliar até que a criança possa retornar ao grupo.
Tecnologias assistivas: use ferramentas adequadas
Quando se trata de limitações físicas (assim como auditivas e visuais, conforme visto em posts anteriores), é importante sempre levar em conta o uso de tecnologias assistivas, que é o conjunto de recursos e serviços que ajudam a proporcionar habilidades inexistentes ou ampliar habilidades limitadas. Elas incluem ferramentas para comunicação alternativa, para promover acessibilidade ao computador, para realizar atividades de vida cotidiana, para adequação postural, além de órteses e próteses que viabilizem movimentos restritos.
Na escola, podem ser usados tanto recursos de tecnologias avançadas quanto aqueles de baixa tecnologia, que podem ser produzidos pelo próprio professor, artesanalmente, a partir de materiais que fazem parte do cotidiano escolar. Mais uma vez: o fim de todos esses recursos técnicos é promover a inclusão social. É muito mais significativo desenvolver habilidades que façam sentido para a criança, dentro da sua realidade. Mesmo que ela não possa ser alfabetizada, mas o fato de conseguir estabelecer um elo de comunicação já será um grande avanço.
É sempre bom lembrar que a quantidade e a qualidade de estímulos é o que permitirá o desenvolvimento máximo das potencialidades de cada criança, independentemente de suas limitações físicas. Aos professores e coordenadores, recomendamos a leitura deste material do MEC. Pode ser útil para compreender melhor outros aspectos da tecnologia assistiva, da criação de materiais pedagógicos adaptados e da formação de professores.
E a sua escola? Como estão os movimentos para promover uma educação inclusiva?
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