O dicionário de valores na educação foi criado pelo professor português José Pacheco, fundador da Escola da Ponte.
A publicação é uma representação das experiências vividas na aplicação de novas práticas educacionais e leva em consideração que a família e a escola exercem um papel fundamental na formação de valores das novas gerações. Pacheco propõe aos professores que façam uma reflexão individual, sobre o seu próprio fazer pedagógico.
Você está preparado para se autoavaliar? A Escola da Ponte se tornou conhecida por sua proposta pedagógica revolucionária, que tem como uma das premissas a autonomia. Essa é justamente a primeira palavra do Dicionário de Valores na Educação. Segundo o documento, é por meio da orientação de pais e professores, que a criança encontra os limites que lhe permitem progredir numa autonomia, que é, na verdade, a liberdade de experiência e expressão. A conclusão é que a autonomia convive com a solidariedade, outra palavra que também faz parte da publicação.
Exemplos de valores na educação
O Dicionário de Valores na Educação relata uma história ocorrida na Escola da Ponte, onde os alunos também dividem responsabilidades entre eles. O incentivo à autonomia fomenta a cidadania, por meio da gestão democrática. Os alunos integram grupos de responsabilidades, com funções específicas que contribuam para o funcionamento da escola, enquanto o papel do professor é de orientador educacional. Em certa ocasião, um aluno recém-chegado à escola urinou no lixeiro do banheiro e a situação foi levada à reunião da Assembleia da Escola. Um dos alunos que fazia parte da Responsabilidade do Recreio Bom, que cuida da organização dos banheiros relatou: “Nesta semana, um de nós urinou no cesto de papéis e quero pedir a ajuda de todos para auxiliarmos um de nós a não voltar a fazer isso”. Esse é um exemplo prático do que são valores na educação e sobre como a autonomia convive com a solidariedade.
Como os valores na educação colaboram para a qualidade de vida
A qualidade de vida é outro tema abordado no Dicionário de Valores na Educação. O autor ressalta a questão que já abordamos aqui, sobre brinquedos e ferramentas ludopedagógicas e cita uma frase da psicóloga e consultora em educação Rosely Sayão que diz: “a aquisição desenfreada de brinquedos colaborou muito para que o ato de brincar ficasse em segundo plano. Resultado: as crianças, na atualidade, quando querem brincar não podem e, quando podem, não querem ou nem sabem mais”. Para estimular o brincar entre as crianças, os educadores podem trabalhar a criatividade e a sustentabilidade, refreando o consumismo sem propósito, pois a quantidade de brinquedos não é sinônimo de qualidade de vida. As ferramentas ludopedagógicas são uma alternativa eficaz para intensificar o desenvolvimento e ensinar por meio da brincadeira. Para concluir, José Pacheco resume que, para ter uma boa qualidade de vida, é necessário ter uma boa educação.
Participe da Trilha de Conhecimento “Os desafios da educação na Era Digital”
O Dicionário de Valores na Educação certamente provoca uma reflexão sobre o projeto político-pedagógico, crucial para transformar o modelo de ensino. Com frequência, citamos aqui que as habilidades cognitivas já não são mais suficientes para formar pessoas felizes e bem-sucedidas, é imprescindível trabalhar as competências socioemocionais. A diretora da Fundação SM Brasil, Maria do Pilar Lacerda, que escreveu o pósfácio da publicação, define que a obra é um mapa de navegação, que pode ser usado em todas as disciplinas, em qualquer momento da atividade escolar.
Você já leu o Dicionário de Valores na Educação?
Compartilhe conosco a sua impressão e se algo foi colocado em prática.
Aproveite o espaço dos comentários para descrever a sua experiência.