Apesar de muitas décadas de um ensino engessado e autoritário, centrado no desenvolvimento de habilidades técnicas, felizmente hoje a educação abre espaço para os mais variados tipos de aluno e procura suprir as necessidades de cada indivíduo, de forma humanizada e integral. O ensino de hoje considera as diferenças entre as pessoas, que fazem com que uma forma de ensinar muito genérica não seja adequada para certos alunos.
O ensino inclusivo e mais democrático tem estado em pauta há alguns anos e a tecnologia pode ajudar a escola a realizar mudanças positivas rumo à inclusão de alunos portadores de deficiências.
O que é educação inclusiva?
É uma forma de ensinar que respeita as diversidades presentes na sociedade e promove um ensino igualitário e acessível a todos, atendendo a demandas de grupos específicos de estudantes, como aqueles com deficiências visuais, motoras, auditivas, intelectuais e assim por diante.
Os indivíduos com deficiências físicas ou motoras são os principais beneficiados da educação inclusiva, assim como autistas, superdotados e quaisquer outros que precisem de uma diferenciação na hora de aprender.
A tecnologia assistiva como aliada da educação inclusiva
Uma tecnologia assistiva é um equipamento ou sistema que ajuda estudantes a superarem obstáculos de aprendizagem originados de suas deficiências. As tecnologias assistivas levam em consideração as necessidades dos alunos e os ajudam a desenvolver habilidades e potenciais.
Assim, por meio de tecnologias, estudantes com limitações ou particularidades se tornam protagonistas do seu processo de aprendizado, conduzindo-o de uma forma que se adapte ao que eles precisam.
A relação entre tecnologia e inclusão
As tecnologias assistivas promovem a inclusão de alunos com deficiência das seguintes formas:
- Estimulam a comunicação entre alunos:
Dispositivos e plataformas digitais possibilitam aos alunos trocar ideias, experiências e diálogos, gerando maior integração entre a turma e mais assimilação de conteúdos. Essas trocas são geralmente protagonizadas pelos próprios alunos e o professor, quando incluso, acaba agindo como um moderador da comunidade, incentivando debates e discussões.
- Promovem aprendizados diferenciados:
Diferentes habilidades e competências são desenvolvidas no trabalho com tecnologias, como raciocínio lógico, empatia, interação social, foco, responsabilidade e letramento digital, além do aprendizado do conteúdo do currículo escolar.
- Permitem maior aproximação entre aluno e professor:
O professor não está mais em uma posição autoritária, nem é mais aquela figura inalcançável pelos alunos. Metodologias tecnológicas democratizam a sala de aula, deixando o contato entre alunos e professor mais horizontal e igualitário.
- Trabalham respeito e aceitação, diminuindo o individualismo:
O trabalho em equipe não fica de fora quando falamos em tecnologias para a educação. Cada estudante aprende no seu ritmo e de formas diferentes — com a educação inclusiva, várias partes formam o todo. Com a comunicação sendo promovida, promove-se também a colaboração. Além disso, a tecnologia permite que os alunos ditem o ritmo da aprendizagem em vez do professor.
- Respeitam os diferentes tipos de inteligência:
As tecnologias buscam combinar os vários fatores que influenciam a aprendizagem: estímulos manuais, sonoros, escritos e assim por diante, favorecendo tanto alunos que aprendem melhor por meio de um método ou de outro. Os vários tipos de inteligência que existem em uma sala são respeitados e os alunos conseguem aproveitar ao máximo o seu potencial para desenvolver seus conhecimentos.
Caso de sucesso em Garibaldi – RS
O município de Garibaldi, no Rio Grande do Sul, fica a pouco mais de 100km da capital Porto Alegre e é conhecido por ser a capital do espumante e pelo alto índice de qualidade de vida, se tornou um caso de sucesso com o uso de tecnologias educacionais assistivas.
Lá, a prefeitura decidiu investir na tecnologia e implantou o ecossistema da Playmove para auxiliar no processo de ensino-aprendizagem. Duas educadoras de diferentes escolas, ambas com experiência em APAE e que trabalham com atendimento educacional especializado, afirmam que o aprendizado gerado de forma lúdica e prazerosa por meio de jogos tem impacto muito positivo nos estudantes.
As educadoras afirmam que planejam suas aulas pensando na particularidade de cada aluno e conseguem fazer atendimentos individualizados, pensando em como a mesa digital pode resolver uma dificuldade ou facilitar um caminho para o aluno. Como resultado, ambas observaram evoluções significativas no aprendizado, visto que os estudantes se mostraram mais inspirados e motivados a aprender com jogos e atividades interativas que apresentam diferentes estímulos.
Veja o vídeo abaixo com entrevista completa com as educadoras de Garibaldi.