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Como combater o déficit de leitura com a inclusão digital

A Base Nacional Comum Curricular apresenta 10 competências gerais a serem desenvolvidas desde o início até o fim do período escolar. Tais competências são conhecimentos, habilidades, atitudes e valores que toda a comunidade escolar deve estar empenhada em fazer aflorar nos alunos. São elas:

  1. Conhecimento: valorizar e usar conhecimentos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender a realidade e ajudar a construir a sociedade;
  1. Pensamento científico, crítico e criativo: exercitar a curiosidade e recorrer à abordagem científica para elaborar e testar hipóteses para a solução de problemas;
  1. Repertório cultural: valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais;
  1. Comunicação: usar diferentes linguagens para se expressar e produzir sentidos compreensíveis;
  1. Cultura digital: compreender, usar e criar tecnologias de informação e comunicação;
  1. Trabalho e projeto de vida: valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e fazer escolhas alinhadas à cidadania e ao seu projeto de vida;
  1. Argumentação: argumentar com base em fatos e dados confiáveis para negociar e defender ideias de forma respeitosa e consciente;
  1. Autoconhecimento e cuidado: conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e mental;
  1. Empatia e cooperação: exercitar a empatia, a resolução de conflitos e a cooperação, acolhendo, respeitando e valorizando a diversidade;
  1. Responsabilidade e cidadania: agir pessoal e coletivamente com autonomia e responsabilidade tomando decisões éticas, inclusivas, sustentáveis e solidárias.

Ferramentas Tecnológicas

Dentro dessas competências gerais, especialmente com atenção às competências 4 e 5, de expressão e cultura digital, faz-se necessária a inserção de ferramentas tecnológicas para ampliação da competência leitora.

Mesmo diante de tanta tecnologia e digitalização da comunicação, continuamos lidando com textos escritos diariamente; até os nativos digitais escrevem mensagens de texto, leem publicações em redes sociais e assistem a vídeos com legenda.

Assim, percebemos que, por mais digitalizada que a sociedade esteja, ainda precisamos trabalhar nossas habilidades de escrita e leitura, e as tecnologias vêm para ajudar nesse sentido.

O benefício da tecnologia pode aparecer de várias formas para combater o déficit de leitura: criar pastas compartilhadas em nuvem com versões digitais de livros, construir páginas, grupos ou perfis em redes sociais em que os alunos possam compartilhar opiniões ou sugestões e relacionar obras literárias a diferentes mídias, como filmes, séries e quadrinhos são algumas das opções.

Recentemente, na rede social chinesa TikTok, fenômeno entre a geração Z e a alfa (nascidos entre 1990 e 2019), os usuários iniciaram um movimento chamado BookTok, em que falam sobre livros com resenhas, resumos, memes e participando de trends. Sabendo usar o recurso na sala de aula, a criação de conteúdo para as redes sociais por meio de uma tendência digital que exige a leitura de um livro pode ser uma boa estratégia de incentivo à leitura.

A leitura também pode – e deve – ser versátil: estamos acostumados a livros e jornais, mas a professor pode inserir a leitura de artigos de blogs e promover uma atividade de compreensão ou reflexão da obra também por canais digitais, como elaboração de resenha via apresentação de slides ou publicação de vídeo no YouTube.

É importante lembrar, no entanto, que com as redes sociais vem o perigo da superexposição das crianças a todo o público conectado. É sensato recorrer a plataformas que permitam o acesso à produção dos alunos exclusivamente pelo professor e pela turma, zelando pela privacidade dos alunos e respeitando os de personalidade introvertida que não se sentem confortáveis com câmeras.

Outra forma de engajar os alunos com a leitura é aliar os temas aos interesses deles: dificilmente um nativo digital não tem acesso a dispositivos ou plataformas digitais, portanto o professor pode unir o universo off e on-line, navegando por entre eles durante o consumo e a produção dos estudantes.

As crianças mais carentes, geralmente de escolas públicas e regiões marginalizadas, não têm o mesmo nível de acesso ao digital. A escola então vem para apresentar as tecnologias e ferramentas que invariavelmente farão parte do futuro dessas crianças e acostumá-las a seu uso.

As tecnologias digitais também vêm para oportunizar a inclusão de alunos com dislexia, transtornos de aprendizagem ou deficiência motora. A PlayTable é uma plataforma de aprendizado baseada em jogos para a educação infantil, o ensino fundamental e a educação especial. Um de seus aplicativos é o Contador de Histórias, que possibilita uma interação lúdica e divertida entre os alunos e os livros.

Veja o vídeo sobre o Contador de Histórias da PlayTable.

A maioria dos livros na plataforma são narrados pelos próprios autores e a ferramenta pode ser usada numa sessão de contação de histórias, adequando-se o ambiente para o momento. As interações com a história envolvem retroceder páginas, pausar a contação ou ouvir novamente, e os alunos podem interagir livremente com a plataforma. As atividades extras incluídas no Contador de Histórias são baixáveis, podendo ser usadas em outros momentos da aula.

Cristiano Sieves

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