Com um alto índice de evasão escolar, o Brasil enfrenta um grande desafio na educação. Segundo o MEC, cerca de 1,6 milhão de crianças e adolescentes, entre 4 a 17 anos, estão fora da escola. A estatística coloca à prova a metodologia tradicional aplicada por boa parte das escolas, que para muitos educadores já não se encaixa para os alunos do século XXI.
Para reverter esse cenário, muitas escolas estão apostando em práticas inovadoras, que colocam o aluno no centro da discussão e volta o olhar para as necessidades das crianças. Novos métodos, ações para engajar estudantes e famílias, e boas práticas de inclusão. Separamos cinco exemplos de escolas brasileiras que estão apostando em novos métodos para educar seus alunos.
Confira:
Escola Abílio de Souza Barbosa: localizada no agreste pernambucano, a instituição fica em Orobó, uma cidade de 24 mil habitantes. Há cerca de oito anos a instituição se tornou uma Escola de Referência no Ensino Médio. Conta com aulas de robótica e aposta na rede de colaboração para facilitar o conhecimento. Os alunos com melhor desempenho se tornam monitores e auxiliam aqueles com dificuldade de aprendizagem. A escola realiza ainda grupos de leitura e intercâmbios no exterior. O trabalho em conjunto de professores e coordenação foi crucial para os resultados da Abílio, que auxiliou Pernambuco a alcançar a liderança do ranking nacional do ensino médio, com nota 3,9 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), segundo o Ministério da Educação.
Projeto âncora: um trabalho social aliado à educação que fornece assistência integral. É assim que atua essa organização. Em 2011 se consolidou como uma escola formal com o apoio do professor José Pacheco, que ficou conhecido no Brasil pela sua experiência na Escola da Ponte de Portugal. O objetivo é fornecer às crianças e jovens e suas comunidades as ferramentas necessárias para acabarem com o círculo vicioso da pobreza e contribuírem para uma sociedade mais íntegra, justa e sustentável. Além de utilizar referências de diversos métodos pedagógicos, a âncora também coloca os alunos no centro das decisões, com a integração de estudantes de diferentes classes e idade, a realização de assembleias, montagem de roteiro de estudos conforme decisão do estudante e apoio de pais e comunidade.
Politeia: nesta instituição paulista, todas as decisões são baseadas na democracia. Os alunos e pais têm voz para a elaboração das regras que visem organizar a vida em comunidade, a prática do respeito e do cuidado que eles têm que observar em relação a estas regras e ao bem-comum. Um dos valores da instituição é a diversidade, com estrutura para que todos possam usufruir. As turmas são formadas em tutorias multi-seriadas, há grupos de estudo, pesquisas individuais, ateliê de linguagem, saídas em busca de conhecimento e assembleia para definição de novos passos. Aqui o processo de aprendizado não se baseia na hierarquia, mas na contribuição.
Vittra School: a organização sueca está servindo de inspiração para centenas de instituições ao redor do mundo. Apontada como uma das melhores do planeta, ela aposta em um ambiente sem paredes, com aprendizado colaborativo e crianças de diferentes idades aprendendo juntas, conforme a proposta pedagógica. Outro diferencial é que aqui a tecnologia está inserida na rotina dos estudantes e a priorização da organização é por novos métodos de ensino e interação como base para o desenvolvimento infantil. E o melhor: as escolas da Vittra são gratuitas.
Colégio Equipe: localizada em Juiz de Fora (MG), a instituição aposta na ludopedagogia como uma das frentes de ensino. Além de atividades extracurriculares, brinquedoteca e projetos que promovem a convivência dos estudantes, a instituição também alia a tecnologia com a educação. Os jogos pedagógicos da PlayTable são utilizados para promover não só o aprendizado, mas também a colaboração e a proximidade entre os estudantes.